sábado, 28 de julho de 2012

Amamentação

Vou contar como foi a minha experiencia e como está sendo ainda amamentar. E dar algumas dicas simples para obter sucesso no aleitamento materno. Já adianto que será mais um post grande, pois gosto de ler e escrever detalhes!

 Bom, em primeiro lugar é essencial que a pessoa tenha consciencia dos benefícios que o leite materno trás, tanto do ponto de vista emocional quanto fisiológico. Nosso leite tem o poder de alimentar a criança de forma completa e suficiente, além de nutrir e fortalecer os vínculos mãe-filho.
 Aqui está uma lista com alguns desses benefícios (fonte: revistacrescer.globo.com)

 1. O leite materno é o alimento mais completo e equilibrado, pois atende a todas as necessidades de nutrientes e sais minerais da criança até os 6 meses de idade;

2. Fácil de ser digerido, provoca menos cólicas nos bebês;

3. Colabora para a formação do sistema imunológico da criança, previne alergias, obesidade, intolerância ao glúten;

4. Contém uma molécula chamada PSTI é responsável para proteger e reparar o intestino delicado dos recém-nascidos;

5. O momento da amamentação aumenta o vínculo entre mãe e filho e colabora para que a criança se relacione melhor com outras pessoas;

6. Previne a anemia;

7. A sucção ajuda no desenvolvimento da arcada dentária do bebê;

8. Amamentar por mais de 6 meses faz bem à saúde mental da infância à adolescência, segundo estudo coordenado pela Universidade do Oeste da Austrália. Segundo os pesquisadores, substâncias presentes no leite (como a leptina) ajudam a combater o estresse. O contato e o vínculo entre mãe e filho promovido pelo aleitamento também têm um efeito positivo no desenvolvimento psicológico da criança.

9. Quando o ômega 3 está presente no leite materno, o que varia de mulher para mulher de acordo com sua alimentação, ele ajuda no desenvolvimento e crescimento dos prematuros nos primeiros meses de vida;

10. Ajuda no desprendimento da placenta, contribuindo para a volta do útero ao tamanho normal. Com isso, também evita o sangramento excessivo e, consequentemente, que a mãe sofra de anemia;

11. Protege a mãe contra o câncer de mama e de ovário;

12. Estudo publicado na American Journal of Obstetrics revela que a amamentação reduz o risco de a mulher desenvolver síndrome metabólica (doenças cardíacas e diabetes) após a gravidez, inclusive para aquela que teve diabetes gestacional;

13. A amamentação dá às mães as sensações de bem-estar, de realização, e também ajuda a emagrecer, pois consome até 800 calorias por dia (mas dá uma fome...);

14. É de graça, natural, prático, e não desperdiça recursos naturais;

15. Está sempre pronto para ser transportado e ingerido (não precisa nem aquecer).

16. Pode ajudar seu filho a ter melhor desempenho nos estudos e aumentar a chance de ele frequentar uma faculdade, segundo uma pesquisa norte-americana. Eles analisaram o desempenho escolar de 126 irmãos de 59 famílias. O resultado sugeriu que aquele que recebeu um mês a mais de leite materno apresentou aumento de 0,019 pontos na média de pontuação no ensino médio e aumento de 0,014 na probabilidade de cursar o ensino superior.

17. Protege a mãe contra doenças cardiovasculares, segundo estudo realizado pela Universidade de
Pittsburgh, nos Estados Unidos. Para a pesquisa, foram analisadas 140 mil mulheres no período pós-menopausa, ou seja, com média de 63 anos, e o resultado mostrou que aquelas que amamentaram por mais de um ano tiveram 10% menos risco de sofrer com essas doenças, se comparado com aquelas que nunca amamentaram.



Essencial também, é o bebê ter uma pega correta ao seio. Sua boca deve sugar por toda aureola e não somente no bico do seio, evitando fissuras e machucados. E mais importante ainda, é o seio sempre ser estimulado. Como? O bebê deve sempre sugar. Quando mais ele sugar ao seio, mais leite será produzido (e a melhor forma de garantir isso é com a livre demanda, ou seja, a qualquer momento que o bebe pedir o seio ser oferecido, não estipular horarios). Devemos confiar no nosso corpo. Ele sabe quanto o bebe precisa, por mais que possamos ter a sensação de pouco leite, é somente uma sensação. O colostro (leite que é produzido durante a gravidez e essencial para a alimentaçao do recém nascido nos primeiros dias), será suficiente até a descida do leite (já branquinho).

     A pega correta


                                                                  Como foi comigo?

No final da gravidez eu ja tinha vazamentos de colostro, muito colostro mesmo. Acordava enxarcada e as vezes até meu marido era atingido. haha  Quando ela nasceu eu não tive problemas para amamentar, o pediatra tinha consciencia da importancia dela mamar na primeira hora de vida e assim foi feito. Pegou bem ao seio, mamava de 3 em 3 horas de dia e de noite.

 Depois de uns 2 dias o leite desceu. E aí a brincadeira começou de verdade... rs Os peitos ficam enormes de uma hora pra outra, se gastam absorventes e mais absorventes de seio, vaza muito mesmo. Até o corpo entender a quantidade que o bebê mama, ele produz muito mais que o necessário! E essa é a hora da bombinha tira leite aparecer! Tire leite, armazene o quanto puder! Não precisa gastar com saquinhos especificos para armazenagem do leite materno, compre aquele potinho universal (menos de 1 real cada um). Esse mesmo que se usa em exames de fezes e urina. Já veem esterelizados, são DESCARTAVEIS, e super praticos!!
 Com o leite armazenado pode se continuar a amamentação exclusiva mesmo que a mãe tenha que sair de casa e deixar o filho com outra pessoa. Ou ainda pode ser feita a doação para algum banco de leite perto de sua casa, os prematurinhos de hospitais carentes agradecem!!!

 Então, depois de alguns dias em casa eu estava com tanto leite sem ser mamado que sofri com uma mastite que me rendeu quase 40 graus de febre. É importante ter a consciencia de que o melhor remedio é CONTINUAR AMAMENTANDO!!! Mandar parar de dar peito por causa da mastite é o maior erro que um médico pode cometer contra o aleitamento!
 Os seios começaram a doer, meus bicos racharam, sangrava, era horrível. Eu entendi porque tanta gente desiste de amamentar e quando via outras mulheres amamentando tranquilamente tinha vontade de chorar, não entendia como aquilo era possível, já que eu me segurava pra não gritar e chorar a cada mamada.
 Eu ficava olhando o relógio, 40 minutos mamando, 40 minutos sofrendo. Faltam 3 horas, 2 horas, 1 hora, e então mais 40 minutos de sofrimento.
 A cada mamada eu pensava em ir na farmácia comprar uma lata de fórmula, NAN. E a cada mamada eu estava mais próxima do sucesso e mais distante da dor.  Usei a pomada Lansinoh e não sei se adiantou, mas em 1 semana o bico havia calejado e toda a dor se transformou em prazer!
  Alice não é considerada um bebe gordinho (apesar de ter dobrinhas deliciosas e uma bochecha de matar), tem 4 meses e na ultima consulta estava com 6 kg e 63 cm. E por isso eu vou achar meu leite fraco? De jeito nenhum! É o biotipo da criança, ela mama muito bem, meu leite é perfeito pra ela, dorme a noite inteira, e eu não tenho do que reclamar! (Meu bolso também agradece!)
 NÃO EXISTE leite fraco!

Hoje, são 4 meses e 5 dias amamentando, mas parece que fiz isso a minha vida toda de tão natural, simples e prazeroso. Ela ama, lógico, serve de chupeta, alimento, carinho, tudo. E AMO ISSO! Minha filha não chupa chupeta, e essa foi uma escolha MINHA. (Claro que ela ajudou não pegando de jeito nenhum, mesmo com insistencia de outras pessoas) rs

Já ouvi muito coisas como " Vc ainda amamenta??? Nossa, se fosse eu já tinha tacado cremogema, não tenho paciencia!"  Pois eu tenho toda paciencia do mundo pra minha Lili, to aqui por ela e para ela, pro que ela quiser!






Se vc quer amamentar, não desista, é a melhor coisa para vc e seu bebê!  Quem não quer uma carinha dessa te olhando?  




 


quinta-feira, 5 de julho de 2012

O meu parto!

Estou aqui pra relatar meu trabalho de parto e por fim o nascimento da minha pequena, mas já adianto que não foi como eu sonhava, porém valeu cada segundo.

                                     O TRABALHO DE PARTO

Entrei em trabalho de parto de quinta dia 22 de março pra sexta dia 23,aí fui no consultorio da médica meio dia mais ou menos sentindo umas colicas leves...Estava com 3 cm de dilatação. Ela falou pra ir pro hospital 13:30h da tarde pra internar já. Cheguei no hospital e passei pela emergencia antes da internação,ali já estava com 4 cm. A médica da emergencia o tempo inteiro me perguntava "vc tem certeza q vc tá sentindo alguma coisa?? com essa cara de paisagem não dá nem pra acreditar!"  Enquanto eu esperava a minha obstetra chegar o tampão saiu inteiro.
Ela chegou e me colocou no cardiotoco (aparelho que mede a intesidade das contrações uterinas), estava tendo muitas contrações mesmo, regulares e fortes. Fomos para sala de parto normal, enchemos a banheira e nisso ja estava com 5 cm dilatados ... muiiiito tranquilo. O tempo todo eu me achando muito forte por não estar sentindo nem 1% do q as pessoas descreviam. 
 Antes de entrar na banheira pra aliviar a dor (que eu nem estava sentindo, na verdade) a médica resolveu estourar minha bolsa, porque Alice estava muito alta e não abaixava nada nadaaaa (não sabiamos o motivo até então), fez o procedimento e então eu fui direto para a água.... veio uma contraçao bem forte e pensei "ainda dá pra aguentar". De repente, fico dificil de suportar e pedi anestesia... fui para a maca esperar a anestesista aplicar e entrei na famosa "partolândia". Estava com 6 cm de dilatação. A dor é muito intensa mesmo. 
 A anestesista explicou q ia aplicar uma dose pequena porque era importante continuar sentindo as contrações, mas q em 15 minutos eu não sentiria dor, apenas a barriga endurecer conforme o útero contraísse.. A partir daí só lembro que eu urravaaaaa com a cara no travesseiro, vocalizava, de alguma forma isso ajudava a passar por cada pico de dor. Passaram 15 minutos e a anestesia não aliviou nem um pouco, eu continuava em outro planeta, tremendo MUITO de frio, dormindo nos breves intervalos
das contrações...Aquilo tudo que eu tanto sonhei sentir. As lágrimas escorriam, eu tremia, vocalizava, pedia anestesia, pedia pra aumentar a dose, a anestesista aumentava e naaaaaaaada de diminuir a intensidade da dor!  Ao todo foram 4 aplicações de anestesia e ZERO % de alívio da dor. Eu com 8 cm de
dilatação, recebi mais um exame dolorido de toque e foi constatado que Alice ainda não tinha descido praticamente NADA. Ou seja, o parto evoluia, eu sentia vontade de empurrar durante as contraçoes, empurrava, vocalizava e ela de alguma forma presa sem conseguir descer... 

 Eu disse pro meu marido que não ia aguentar mais, ele ainda tentou me apoiou dizendo que faltava muito
pouco pra eu desistir, mas eu já não raciocinava o suficiente pra entender isso.
 Minha médica me explicou que demoraria a nascer no parto normal por ela estar
muito alta e não poderia mais aumentar a dose da anestesia porque eu pararia de
sentir as contrações, poderia prejudicar o trabalho de parto. E me disse que achava que tinha alguma coisa atrapalhando a descida dela, mas só saberíamos se operassemos. Naquele ponto da situação, eu já não tinha mais forças nem condições psicológicas para argumentar com nada.

                                             Fui então para a cesária.

      
                                              O NASCIMENTO


 A médica teve dificuldade de puxar ela até na operação, pois ela estava encaixada toda torta no osso, com inclusive as orelhinhas dobradas e sendo apertadas (durante algumas horas ainda ficaram tortinhas
depois do nascimento). Eu iria continuar tentando normal e quando ela descesse um pouco e a médica sentisse a posição dela, teriamos q correr para a cirurgia de qualquer forma pois era uma posição que impedia o nascimento por vias naturais.

 Depois q ela nasceu e foi para o berçário com o pai, estavam me "fechando" e senti muita dor na barriga, a anestesista teve q aplicar mais 4 vezes  um "remedinho pra dor", até que elas ficaram muito preocupadas com meu estado, tremendo tanto de frio que parecia convulsão, vomitando e com dor no meio da operação. Por fim me aplicaram morfina e aí fiquei meio grogue de tanta anestesia que tomei... em apenas uma hora eu e ela já estavamos no quarto e ela mamou. Em nenhum momento parei de sentir minhas pernas, não amarraram meus braços, abaixaram o pano pra eu ver ela nascendo, saindo da barriga e a segurei logo em seguida...
                           Considero que tive uma cesariana humanizada!
 Os pontos foram somente internos, e por fora foi colado. Só senti muita dor no dia seguinte, pedi remédio (coisa que não é do meu normal fazer, tanto que nem quando operei o apêndice pedi para aumentarem a dose do remédio pra dor).   Ainda bem que tive meu marido pra me ajudar por 5 dias inteiros no pós operatório, e até hoje ele me ajuda com tudo que eu preciso. (Dá banho, troca fralda, faz dormir...)
  Aquele médico, o obsTRETA, estava certo em uma coisa... em 15 dias eu não senti mais dor. Ele só estava errado em achar que 15 dias é pouco tempo. Foram as duas semanas mais longas da minha vida, querer cuidar sozinha, levantar pra pegar minha filha e depender de outras pessoas para isso. Tossir e ter a sensação de que eu iria rasgar os pontos.

Agora com toda propriedade posso afirmar que a dor do parto normal, por mais intensa que ela seja, é maravilhosa, compensadora. Já a da cesária, foi triste pra mim e atrapalha os cuidados com o recém nascido.


  Tudo passou, tudo valeu a pena, e quem sabe se eu tiver um outro filho eu possa ter a experiência completa do Parto Natural!


Alice nasceu as 20:00 hrs do dia 23/03/2012, de uma cesariana após um trabalho de parto quase completo, e PASMEM , com o APGAR 10/10 (incrível para um bebê de cesária, mas acredito que o trabalho de parto tenha sido o responsável por isso).


Hoje minha princesa está com 3 meses e quase 2 semanas de vida! Risonha, dorme a noite toda, esperta, perfeita!!

Em breve postarei sobre Amamentação e depois sigo com postagens sobre o desenvolvimento dela. =)

Ela mama exclusivamente no peito.

Obrigada a quem aparece nesse cantinho de vez em quando, quero deixar tudo registrado aqui como um diário pra mim mesma e no futuro a minha pequena!